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Resenha: Temples - Sun Structures (2014)





Toda banda quando nasce sempre traça metas pra sua carreira desde as mais despretensiosas, como tocar apenas por descontração, às de grande marco como lançar seu primeiro disco. Muitas são as bandas que atingem esses dois objetivos ao mesmo tempo, porém são poucas que ultrapassam a linha imaginária que divide um disco regular, a um grande disco - levando a banda a ser um forte candidato ao hype do ano em sua estreia. O bom é quando a banda, pela sua qualidade, firma presença por vários dias no nosso player nos dando motivos de sobra para considerarmos plausíveis os comentários positivos acerca de sua estreia.

É isso que acontece com a banda britânica Temples que lançou seu debut Sun Structures com pinta de gente grande demonstrando cacife para fazer um grande disco de estreia. Logo de cara os elogios começam a fazer sentido com a dobradinha Shelter Song e Sun Structures resgatando a psicodelia do passado sob uma roupagem atualizada e acessível. Essa estética rebuscada elucida o perfil do grupo se assemelhando com os australianos do Tame Impala considerados uma das principais referências atuais do indie psicodélico.


O Temples segue a risca a cartilha do rock psicodélico colocando efeitos alucinógenos em toda a estrutura do disco permitindo complementos, como o uso de sintetizadores usados na maravilhosa The Golden Throne, que se prendem ao véu psicodélico para salientar a criatividade do grupo. A canção ainda aponta uma veia pop que nos persuade a apertar o repeat on repeat no player e separar a faixa para uma playlist. O grupo era uma das grandes apostas pra 2014 e vai confirmando as expectativas ao passo que seus experimentos surgem em meio as notas sinestésicas de efeito sonhador movido pela psicodelia ao longo de Keep In The Dark.

Um dos singles do disco ainda lançado em 2013, Mesmerise, é um dos carros-chefe do álbum que emplaca um ritmo acelerado impulsionado por guitarras distorcidas e vocais ácidos. A histeria criada pelo quarteto é subtraída na cadenciada Move With The Season, mas logo vem à tona novamente com Colours To Life mostrando uma banda que sabe medir e distribuir bem as coisas no disco. Basta perceber o contraste rítmico entre a vibrante A Question Isn`t Answered e a faixa de dancinha acanhada The Guesser. O grupo não foi pretensioso em colocar as melhores faixas apenas no começo para nos prender e nos deixar momentaneamente dependentes delas, porque o registro não vai perdendo qualidade em seu final e tampouco a sua essência é prejudicada com supostas músicas de “menor impacto”. Test Of Time e Sand Dance ainda representa bem a psicodelia do Temples que encerra seu belo trabalho com Fragment's Light como um descanso para seu próximo disco.

Noel Gallagher e Johnny Marr disseram que o Temples se tratava da nova grande banda britânica e, de fato, o grupo respondeu a altura todas as expectativas possíveis com um dos melhores discos lançados no começo desse ano - passando no teste do primeiro disco com louvor.

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