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Melhores Discos de 2013 (30 - 26)

Eis mais uma leva de cinco discos que deram uma contribuição generosa para o ano de 2013. O disco da banda carioca Ganeshas é daqueles que você escuta na prorrogação e que te obriga a colocá-lo numa boa posição na lista de Melhores do Ano antes que ela feche. Na lista aparece o The Strokes que depois de viver na corda bamba no Angles acertou com o Comedown Machine. Passando desapercebido em muitas listas por aí, o of Montreal surge com seu jeito particular de fazer o pop funcionar. Vale mencionar a irreverência do Someone Still Loves You Boris Yeltsin e o espírito arrojado do Los Campesinos!


30. Ganeshas - Cabeça Parabólica
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Quando você ouve os primeiros acordes da música Longe do Rio da Ganeshas a aspiração roqueira e a inspiração strokiana com um jeito brasileiro logo lhe vem a mente e te deixa na expectativa de encontrar um rock afinado e bem executado no disco Cabeça Parabólica, segundo disco da banda carioca. O rock perpetua na autoestima da banda de um jeito audacioso quando esse parece o caminho certo a trilhar e flexível quando ter uma alternativa os leva a passar longe de uma redundância. O roteiro de um excelente disco passa pela tela do cinema fazendo o amor ser um tema abordado sob a ótica de um Godard, Truffaut e Hitckcock onde a hiperatividade da gaita e guitarra ditam o ritmo do baixo e bateria dando uma estética clássica a música. A banda disponibilizou o registro pra download gratuito e na pasta há um "leia-me" com uma recomendação: "ouça bem alto!" Acate o conselho do grupo e tenha uma boa base pra refutar a afirmação "o rock, brasileiro, morreu." (Nota retirada e adaptada da resenha do disco publicada aqui)


29. The Strokes - Comedown Machine
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Na ânsia de inovarem e ainda assim parecerem autênticos o The Strokes andou na linha tênue de erros e acertos desde o First Impressions Of Earth e o infeliz Angles. Comedown Machine trouxe um Strokes mais decidido, mas acima de tudo trouxe uma banda mais ousada. Pouco adiantaria o descontrole verbal do Julian se a banda não ditasse o ritmo para ele. Esse é um do atributos do novo álbum: vocal e banda andando no mesmo nível como na empolgante All The Time. Há uma dissonância eletrônica entre One Way Trigger e o perfil do Strokes que causa uma estranha eficiência diferente de tudo que a banda já produziu. A imprevisibilidade que eles nos remetem é ainda mais destacada no contraste entre a voraz 80's Comedown Machine e a pacífica 50 50. É esquisito observar como a crueza roqueira agora vem exposta com alguns caprichos e sutilezas. Com Comedown Machine o The Strokes pode não ter atingido seu padrão de qualidade como em um Is This It e um Room On Fire, mas demonstrou mais qualidade e eficiência do que o Angles! Leia nossa resenha sobre o disco aqui.


28. of Montreal - Lousy With Sylvianbriar
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O of Montreal é uma banda que gosta de nos pregar surpresas com a subjetividade que ela nos remete. Para seu décimo segundo disco, eles pintaram um mosaico que se move e vai mostrando a metamorfose que eles sofrem dentro do próprio disco. A estética largada de Fugitive Air faz o of Montreal cair no inusitado para logo acordar com curtos acordes psicodélicos, de um Pink Floyd talvez, no início de Obsidian Currents, fazendo-os retomar os passos pelos caminhos do pop logo em seguida e até pegar um atalho pelo caminho ensolarado do country. Isso vai ficando mais absurdo ainda quando eles extraem pequenas doses de um rock classudo em Belle Glade Missionaries. O disco é um passeio interessante com direito a relaxar num oásis em Amphibian Days onde a banda oferece um indie pop maroto à moda da casa. Com esses trejeitos o of Montreal fez um disco estranhamente bom em 2013.


27. Someone Still Loves You Boris Yeltsin - Fly By Wire
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A banda americana sopinha de letrinhas, Someone Still Loves You Boris Yeltsin, que desperta um sorriso quando seu nome é pronunciado lançou esse ano um verdadeiro deleite indie pop no seu disco Fly By Wire. O grupo carrega uma proteção caracterizada por um som dinâmico e sempre otimista para não ser infectado pelo efeito colateral meloso que o estilo muitas vezes carrega. Com vocais sussurrados, às vezes completado por um falsete quase imperceptível, o grupo expande seu indie pop sorrateiramente a ares etéreos do dream-pop na faixa Harrison Ford. Young Presidents é um dos momentos de maior recreação do disco onde a banda nos embala com uma divertida canção. Na canção Nightwater Girlfriend, o trio é atrevido em realçar essa imagem com uma moldura roqueira de guitarras acentuadas e barulhentas. De um jeito inteligente e traquina o SSLYBY fez um disco convincente e um dos melhores da categoria nesse ano.


26. Los Campesinos! - No Blues
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O espírito jovem e aguerrido é um traço marcante na curta trajetória do Los Campesinos!, mas de discos bem resolvidos. No Blues, o quinto disco da banda, veio reafirmar a indomável disposição do grupo em fazer as guitarras soarem barulhentas e não causarem dano algum em nossos ouvidos, onde as vezes outra saída escolhida para libertar essa energia é extravasar na voz aquilo que o conjunto instrumental já faz com excelência transportando para nós uma euforia predominante. No Blues, é inquieto e ligeiro. Faixa por faixa eles extrapolam barreiras e pisam em terrenos do noise, do pop e se assentam em solo indie fazendo este funcionar de um jeito desconcertante. Ouça What Death Leaves Behind e Cemetery Gaites e acompanhe o ritmo incansável do Los Campesinos!

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