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Resenha: Yuck - Glow & Behold (2013)

Dizem por aí que o coração de uma banda esta localizado no vocalista e que quando este é substituído por outro todos os membros do corpo são afetados. Aí começa um processo de adaptação sujeito a erros e acertos. Esse é caso do Yuck que em pouco tempo de existência teve seu motor de arranque, Daniel Blumberg, trocado por outro motor menos potente. Com a saída do cantor que construir seu outro projeto chamado Hebronix, o guitarrista da banda, Max Bloom, passou a assumir os vocais e como era de se esperar a mudança de comportamento é considerável, mas não muito notável!

O Yuck ficou conhecido por seu noise-pop arrebatador no seu disco de estreia em 2011, autointitulado, algo que poderia ser decomposto da seguinte forma: as guitarras barulhentas do Dinosaur Jr., o estilo despojado do Sonic Youth e uma camada pop bem dosada que aparecia por trás da parafernália sonora e de vez em quando dava um sobressalto quando a banda emplacava as ditas baladas alternativas.

Em 2013, a banda lançou seu segundo disco, Glow & Behold, e digamos que nesse trabalho o pop ganhou uma proporção maior deixando vestígios em todo o disco. Canções como Out Of Time e Somewhere dão ênfase a esse lado construído pelo Yuck. Enquanto a primeira quase alcança ares sonhadores com o backvocal quase angelical da baixista Mariko Doi, a segunda é aquela levada pop afetiva acertada. Um fato determinante é que a voz do Max Bloom dá uma amortecida no ritmo implacável da banda, que por sua vez, procurou desacelerar o frenesi para se encaixar nesse novo eixo moderado.


Quando Mariko e Max se alternam nos vocais em Lose My Breath eles tentam fazer a aliança do noise com o pop discretamente, porém é em Middle Sea que a banda se retrata como antes cumprindo bem a desarmonia do noise. Diante desse desapego ou distanciamento do estilo a banda foi bem ousada em inserir metais em seus arranjos. Note como são encaixados no arranjo melancólico em Memorial Fields e como se intercalam com os riffs no final de How Does It Feel. Sem ter muitas opções e para não parecer redundante, o novo Yuck colocou duas faixas instrumentais nesse disco introduzindo o disco com Sunrise In Maple Shade e quase encerrando com Chinese Cymbals.

Outro fato incontestável é que Glow & Behold não tem um potencial para empolgar tanto. É instável naquilo que ele tinha de melhor. Coincidência ou não com a saída do ex vocalista, o Yuck saiu de uma margem sonora mais agitada e se assentou num lugar mais light.

Glow & Behold (2013)
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01. Sunrise In Maple Shade
02. Chinese Cymbals
03. Lose My Breath
04. Memorial Fields
05. Middle Sea
06. Rebirth
07. Somewhere
08. Nothing New
09. How Does It Feel
10. Chinese Cymbals
11. Glow & Behold

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